quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um coro de gente esquecida


Participar activamente na construção do nosso País não é cantarolar o “Grândola Vila Morena”, nunca o foi. Pergunto, por onde andavam estes cantores aquando da X e XI Legislaturas do Governo Português? Como podem eles terem-se subitamente interessado, somente agora, pelo rumo há muito definido para o nosso País? Esqueceram-se do que antecedeu todas estas situações? Foi no dia 6 de Abril de 2011 que José Sócrates pediu ajuda externa, dessa data não nos podemos esquecer, ou poucos serão aqueles que não se irão esquecer, após o mesmo ter afirmado por diversas vezes que não seria preciso tal intervenção externa e ainda teve a lata de dizer que esse pedido era culpa da oposição, tentando descartar responsabilidades e sabendo nós que o mesmo era Primeiro-Ministro desde 15 de Março de 2005. Mas quis ele enganar quem? Todos, até mesmo a oposição que na altura era vista aos olhos do Partido Socialista como responsável pela situação a que Portugal tinha chegado, até essa oposição tão reaccionária que temos já se esqueceu deste incidente, desta acusação, talvez porque já não lhes convém falar, talvez nunca lhes conveio tal modo de estar em sociedade. Porque não cantaram eles “Grândola Vila Morena” nesse fatídico dia para o País? Até mesmo antes desse dia, pois aí sim teríamos evitado muita coisa. Mas os verdadeiros culpados por esta situação enganaram-nos bem, continuam a enganar-nos bem, e ainda há muita gente que vai nas cantigas deles, infelizmente. De que nos vale acusar, insultar e perturbar se com isso não apresentamos ideias válidas e se com isso não encaramos as responsabilidades que temos com a seriedade que as mesmas merecem, não nos vale de nada, vale tanto quanto cantar qualquer outra cantiga, o simbolismo da “Grândola Vila Morena” foi substituído pelo aproveitamento político de pequenos grupos, autênticos satélites dos parceiros sociais e dos partidos da esquerda portuguesa. Há quem cante “Grândola Vila Morena”, há quem aplique e há quem se aproveite.


Luís Freitas

2 comentários:

  1. Este tipo de acto é realizado por pessoas cujas ideologias são conhecidas e que defendem que se deve rasgar o acordo com a troika pois a troika é a principal culpada por tudo o que está a acontecer em Portugal. Nota: Os culpados somos nós!
    Durante anos e anos viveu-se acima das possibilidades e com o dinheiro que os outros (estrangeiro) nos emprestaram. Quando esses mesmos outros reclamam pelo dinheiro que nos emprestaram, como portugueses que somos, dizemos que não pagamos e que não precisamos deles para nada. Lá diz o ditado: "Quem te deva que te pague, e a quem deves que espere".
    Portugal é um país que não consegue gerar riqueza pelo que não consegue gerar dinheiro para pagar os empréstimos que contraiu. Se ao longo dos anos, os políticos não têm implementado as reformas necessárias para o desenvolvimento do país, os culpados são eles e não os estrangeiros que agora nos estão a ajudar -de uma forma brusca mas necessária- para que o país consiga relançar a sua economia e que dependamos cada vez menos do exterior.
    Por último, essa gente que se deixe de cantigas e que vá trabalhar pois é muito bonito fazer greves e tal e depois vem-se reclamar que ganham pouco. Já dizia o outro: " Vai mas é trabalhar!"

    ResponderExcluir
  2. O protesto contra os governantes é um dos pilares da Democracia, isso é certo! No entanto, os portugueses parecem ter memória curta e, principalmente, falta de consciência política! Não é por termos um governo do PSD/CDS ou um do PS que a situação vai ser diferente! Os objectivos do chamado "centrão" acabam por convergir para os mesmos sítios! Não é com protestos e com pedidos de demissão do governo que vamos lá! Agora que a porcaria está feita, temos é que arregaçar as mangas e cumprir os nossos compromissos! Se a Alemanha conseguiu passar de um monte de ruínas fumegantes em 1945 para a maior economia da Europa e 4ª do Mundo em 2013, porque é que nós não havemos de conseguir pagar uma dívida?

    ResponderExcluir