domingo, 24 de fevereiro de 2013

Que futuro?




A adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, em Janeiro de 1986, veio abrir as portas do nosso país à livre transição de pessoas e bens, tendo tido como principais consequências uma nova ordem económica e uma harmonização cultural entre os países aderentes. Passámos a ser cidadãos de um espaço com outras ambições e as nossas fronteiras abriram-se à modernização industrial, à possibilidade de escoamento dos nossos produtos, mas também à admissão de outros no nosso país. Graças aos Fundos comunitários, Portugal conheceu um enorme desenvolvimento, nomeadamente ao nível de infraestruturas e rede viária ao longo destes anos, através dos subsídios concedidos, ao abrigo de normativos europeus que pretendiam o desenvolvimento harmonioso de todos os países integrados.

Os tempos são de algum pessimismo. A Europa está mergulhada numa crise económica e financeira sem precedentes e muitos ousam afirmar que este império político pode mesmo ruir. Os bancos atravessam, também, um mau momento e há que encontrar novas saídas para evitar que o sonho de uma Europa Unida se transforme num pesadelo político para todos.

De acordo com a ONU, a procura de bens alimentares vai triplicar até ao ano de 2050. Este é o tempo de voltarmos ao que é básico. É preciso, agora, que seja implementada uma estratégia coerente e ambiciosa de crescimento da riqueza do setor agrícola.

          Com a crise económica e menos dinheiro em circulação, há um apelo urgente para o regresso à terra. A globalização e a abertura franca dos mercados trouxe ao consumidor produtos das mais diversas origens. A produção exorbitante leva à utilização de métodos ligados à abundância e à superprodução que são desaconselhados em termos de qualidade.

Os jovens de hoje dispõem de uma vastíssima rede de “fast food” que, apesar das regras de higiene e dos normativos impostos pelas regras comunitárias, não são, em termos globais, bons para a saúde.

A inevitabilidade do regresso à terra, a utilização de fertilizantes naturais e a valorização da profissão de agricultor, são imperativos na sociedade em que agora tentamos sobreviver ao consumo desenfreado.

Na minha opinião (e para finalizar), considero que seria muito pertinente que se criasse uma rede europeia de formação (na área da cultura biológica), produção e troca de bens provenientes dos diferentes países da Comunidade Europeia, mas distribuídos/vendidos em pesos equitativos. Para tal, estabelecer-se-iam, ainda, a certificação de qualidade e as normas para colocação dos produtos nos mercados regionais, nacionais e europeus.

Rúben Correia 

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